sexta-feira, 23 de maio de 2008

Mais Histórinhas da treta

Recebi autorização dos homens (e mulheres) da bata branca para testar as costas na quinta-feira, como táva de chuva e não dava para ir escalar lá fui eu até ao rocódromosito no sótão. Como a sessão não podia ser dura lá me ia entretendo nos intervalos com umas revistécas antigas que por lá paravam (pois as mais recentes, os croquis e os livros estão espalhados um pouco por toda a sala).
Agora ao que interessa - De repente a capa de uma revista de montanha de seu nome EXPEDIÇÃO mais concretamente o numero 25 referente a Janeiro Março de 1985, chamou-me a atenção. PAUSA Sim, sim uma revista cá na Tugolandia Lusa de gema em 1985 e já no vigésimo quinto numero (noventa e tal porcento da malta ficou de boca aberta). Só para que consta a dita revista iniciou-se com a publicação de um Boletim Informativo (1º numero em Outubro de 1981) que bastante mais tarde viria a dar lugar á dita revista que era propriedade do Clube de Montanhismo da Guarda. FIM DE PAUSA.
Mas porquê a dita capa me chamou a atenção.....................................É fácil tudo começou à cerca de 2 anos num desses fim-de-semanas na serra da estrela em que o tempo está tão bom que a malta acaba no Garfield a mamar tostas mistas umas atrás das outras e a falar babuzeiras. A meio da conversa alguém falou que a primeira vez que a cascata do inferno foi feita à frente tinha sido lá por dois mil e qualquer coisa por alguém que no caso não interessa, eu na altura contestei não isso já foi feito à frente à muito ano................não a malta fazia isso com a corda por cima.........................................e como para vos ser sincero nestas coisas quem têm mesmo razão é o Roxo (que na minha modesta opinião, que vale o que vale, é o maior aperturista da serra) e qual é essa opinião - essa m***a não interessa para nada tá é a abrir novas lines e a repetir as já abertas sem a malta se chatear. Já agora desde á longos anos que tento fazer a dita cascata de primeiro, a vez que apanhei melhores condições foi no neve estrela de 93, mas devido a um acidente acabei nas urgências do Hospital de Coimbra. De qualquer forma fiquei com a pulga atrás da orelha e lembrava-me de umas fotos antigas que vira no Grupo de Montanhismo de Vila Real de um espanhol (que não me lembro o nome) a escalar a cascata, e mal pude dei um salto à sede do Grupo para ver as fotos. E realmente o homem não estava a escalar em top rope mas com um esquema marado com uma corda fixa, que vale o mesmo, de qualquer forma não ia de primeiro.
Mas aqui fica a prova que a malta até os tinha no sitio.



A revista até tinha bastante qualidade, bastava comparar com a Desnivel da época que a nível gráfico não diferiam muito.


Mais uma foto, neste caso, do interior da revista.
E tá mais que provado, não sei quem foi o primeiro (se calhar nem interessa) ,mas que já foi antes de 1985 nisso não há duvida nenhuma. Julgo que o escalador é o tal espanhol, o bacano lá na terra dele durante o verão, andava de enxada na mão a desviar pequenos cursos de água para no inverno ter novas cascatasitas para abrir (gaaanda marado)
E VAMOS SALVAR O TRACINHO.....................O DO FODA-SE OU JÁ SE TINHAM ESQUECIDO.

4 comentários:

Anónimo disse...

Excelente recuperação.
Artefacto de outros tempos, quando a montanha ainda era uma actividade romântica.
Boa João!

Paulo Roxo

Anónimo disse...

Quanto ás aberturas... giro, giro era a malta ir dar-lhe naquele projecto adiado (como muitos) lá pás terras Rigleiras, não?

Paulo Roxo

P.S. E a vossa super-via Trans-montana? Para quando?

Animado e Spagurja disse...

É só combinar e ai vamos nos os Pródigos.......este verão sem falta. Quanto á via é só a malta ficar a 100% e o tempo ajudar.
Aquele abraço
Animado

Miguel Grillo disse...

Grandes fragmentos da história da escalada/alpinismo lusitano.

Quanto à cascata, sou dos que sempre afirmou que já antes, nos inicios dos 80, alguem havia escalado a dita cuja`"à frente". Isto, porque também porque há muitos anos atrás tive a sorte e o prazer de ler e apreciar este numero da extinta revistinha «Expedição». Felizmente tive a oportunidade não apenas de ler este numero, como também ter lido e relido todos os numeros desta colecção.

Sem duvida, e estou perfeitamente convicto disto, que se os integrantes do Clube de Montanhismo da Guarda desta época "dourada" tivessem continuado ao nivel em que audaciosamente avançavam (em paralelo com outros grandes da zona de Lisboa), a história da escalada/alpinismo neste país seria diferente e certamente estariamos num estado de evolução mais avançado. Não só ao nivel desportivo, mas também editorial e possivelmente formativo.